Ao contrário do que ocorre com muitos desajustes psiquiátricos, o que desencadeia o Transtorno Bipolar não está associada à falta de serotonina. Não há uma causa única conhecida e descrita oficialmente para o transtorno bipolar, contudo, fatores genéticos, associados a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores estão conhecidamente envolvidos.
Para exemplificar melhor a dinâmica desse processo — que notoriamente tem duas fases —, é preciso considerar que a referência da euforia é expressada pela MANIA, enquanto a da tristeza é a DEPRESSÃO. Esse comportamento relacionado ao estado emocional são denominados pólos, o que remete ao conceito de Transtorno Bipolar.
Esse distúrbio é caracterizado essencialmente pelas condições emocionais que apresentam oposição entre as fases de tristeza e alegria, mas com uma conotação doentia: a DEPRESSÃO e a MANIA. Essa doença pode se manifestar de diferentes formas, repentino ou como resultado de respostas a variados estímulos sucessivos. Tais características dificultam em muito a avaliação diagnóstica do Transtorno Bipolar.
Esse distúrbio é caracterizado por dois períodos, a saber:
Fase Maníaca
MANIA apresenta sintomas mais intensos e caracterizados por fases de humor eufórico combinadas a um estado mais leve de excitação e otimismo exagerado. Pode ocorrer também manifestações de agressividade física ou verbal. Costumam ocorrer episódios de intensa impulsividade, seja associado a compras, sexo e/ou substâncias psicoativas. O paciente pode até mesmo apresentar psicose, com característicos delírios de grandeza e alucinações auditivas e/ou visuais.
Há um risco expressivo de comprometer as relações familiares, sociais, afetivas, escolares e profissionais.
As características dessa fase estão mais ligadas à tristeza profunda, à desesperança e à falta de estímulo para com a vida. As alterações comportamentais geram prejuízos tanto ao portador desse distúrbio quanto às pessoas de seu convívio familiar e social.
As causas deste Transtorno estão relacionadas a diferentes etiologias, mas a mais discutida é a correlação entre as heranças familiares, a influência genética e questões ligadas ao ambiente. Além disso, muitos fatores podem se desenvolver ao longo da vida e se expressar tardiamente.
Dependem da fase de humor que a pessoa se encontra, e variam entre episódio maníaco, depressivo ou até mesmo ambos:
Agitação e euforia + irritabilidade
Falta de concentração
Falta de sono
Fala rápida
Negação de que algo está errado
Crença irrealista em suas habilidades
Comportamento incomum
Tendência para abuso de drogas
Comportamento agressivo
Aumento do desejo sexual
Mau humor, tristeza, ansiedade e pessimismo
Sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo
Irritabilidade e agitação
Alterações no apetite e peso
Sono excessivo ou falta de sono
Perda de interesse por coisas que se gostava
Sensação de fadiga constante
Dificuldade de concentração
Dor crônica
Pensamentos de suicídio e morte
ATENÇÃO: Estes sintomas podem ocorrer durante semanas, meses ou anos e podem se manifestar durante todo o dia, todos os dias - Não se caracterizando como a Personalidade do paciente e sim uma doença.
TRATAMENTO
O transtorno bipolar não tem cura conhecida até o momento, podendo ser controlado com vários formas de tratamento, porém sempre com o uso de medicamentos prescritos pelo psiquiatra.
As principais formas de tratamento incluem:
O Transtorno Bipolar é uma das doenças que mais necessitam da orientação de um médico psiquiatra, o qual deverá manter constante supervisão médica. Os principais tipos de remédios utilizados são:
Estabilizadores do humor: controladores de episódios maníacos, como Lítio, Ácido Valproico ou Quetiapina.
Antipsicóticos: como Olanzapina, Risperidona, Quetiapina ou Aripiprazol.
Antidepressivos: ajudam a controlar a depressão, como a Fluoxetina, a qual deve estar sempre associada a um antipsicótico ou estabilizador de humor, para evitar episódios de mania.
Ansiolíticos: os quais ajudam a reduzir a ansiedade e a melhorar o sono, como os benzodiazepínicos.
O uso de medicamentos pode ser associado a sessões de psicoterapia, tornando o tratamento mais eficaz.
A psicoterapia é muito importante e pode conseguir bons resultados no tratamento da bipolaridade podendo ser feita individualmente, em família ou em grupos. Existem várias formas, como a terapia rítmica interpessoal e social, que consiste em estabelecer uma rotina diária de sono, alimentação e exercícios, com o objetivo de reduzir as oscilações de humor, ou a psicodinâmica, que busca significados e funções simbólicas de comportamentos característicos do paciente bipolar, para que se tornem conscientes e possam ser prevenidos.
Outro exemplo de psicoterapia é a terapia cognitivo-comportamental, que ajuda o paciente a identificar e substituir sentimentos e atitudes prejudiciais à saúde por outras positivas, além de desenvolver práticas que ajudam a reduzir o estresse e lidar com situações desagradáveis. Além disso, a participação da família em aprender sobre o transtorno bipolar pode ajudar o paciente a lidar melhor com a situação, bem como identificar problemas ou prevenir novas crises.
O tratamento comportamental para o transtorno bipolar é complementar, e não um substituto do tratamento médico, e visa evitar o estresse e a ansiedade, fazendo com que a pessoa se sinta mais equilibrada, evitando novas crises.
Exercícios regulares como ioga, pilates e fazer caminhadas relaxantes além de ter uma atividade de lazer constante, como assistir filmes, ler, pintar, fazer jardinagem e ter uma alimentação saudável, procurando se alimentar naturalmente e evitando produtos muito industrializados com "fast-food".
Consumir bebidas com propriedades calmantes, como o chá de camomila ou erva-cidreira, por exemplo, ou realizar massagens relaxantes com alguma frequência podem ajudar a reduzir estressores desencadeantes de novas crises.